Covid-19

MINHA EXPERIÊNCIA

Não há quem não se envolveu, não sofreu, não teve perdas com a passagem da pandemia de COVID-19. 

“Pude e quis vivê-la intensamente, escolhi atuar na linha de frente, fiz escolhas e defini caminhos, pude construir diariamente nesse período uma história de superação e evolução. 

Muitas vidas passaram por mim, ficaram muitos ensinamentos e com certeza sou uma médica, mãe e pessoa muito diferente, desde março de 2020. Não consigo dizer o que mudou, porque o meu inteiro é cheio desses novos pedaços e reconstruções. 

Sou hoje uma profissional em busca de respostas, fazendo o melhor que é possível a mim neste exato momento. A busca, a evolução, as incertezas e as dores estão me levando além. Grata por estar aqui, por ter feito a diferença para muitos. Cada um me fez diferente também.” – Dra. Lorena Faria

A excelência de um bom serviço prestado passa por preceitos fundamentais da relação médico paciente e ao respeito à vida.

Desde março de 2020, estou na linha de frente e realizei mais de 2.000 atendimentos COVID, de forma independente. Tento diariamente encontrar uma forma digna de acolher e proporcionar o tratamento desejado e conseguir resultados realmente diferenciados, apesar de todas as limitações e desafios que esta pandemia trouxe a todos nós.

O tratamento para COVID-19 ainda é alvo de muitos debates, mas há um consenso de que quanto antes começarem os cuidados, ao sinal dos primeiros sintomas, as chances de cura são mais altas.

 Como é uma doença de transmissão respiratória, mas vascular sistêmica, e distribuída em fases, também entende-se que a terapia farmacológica combinada pode ser uma abordagem muito eficaz no combate à doença.

A doença:

COVID-19 é causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença infeciosa altamente transmissível e potencialmente fatal. Desde março de 2020, afetou mais de 200 países e, portanto, foi caracterizada como pandemia pela OMS – Organização Mundial da Saúde. 

Descoberta no fim de 2019, na China, o vírus causador da COVID-19 é transmitido através do contato das mucosas com partículas virais liberadas em secreções respiratórias de pessoas previamente infectadas. O vírus novo é muito contagioso, pois nos cinco dias que antecedem os primeiros sintomas o doente já está com viremia, contaminando outras pessoas, e a taxa de mortalidade é de aproximadamente 3,4%. 

Sintomas:

Quando ocorrem manifestações clínicas, os principais sintomas são espirros, coriza, dor de garganta, fadiga, dores no corpo, febre, tosse seca, mialgia, dispneia, diarreia, fenômenos tromboembólicos, borramento de visão, dores retro-oculares e cefaleia. Essas manifestações ocorrem devido ao acometimento, principalmente, das vias aéreas superiores pelo SARS-CoV-2, que progride rapidamente para o pulmão, causando pneumonia atípica, gastroenterite diarreica, hepatite e vasculite, dentre outras manifestações. 

Em alguns casos, a grave progressão da doença resulta em Lesão Pulmonar Aguda/Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (LPA/SDRA), insuficiência respiratória, insuficiência renal, insuficiência hepática, encefalite, insuficiência cardíaca, sepse e parada cardíaca súbita.

Alguns pacientes possuem maior risco relativo para o desenvolvimento da forma fatal da COVID-19, entre eles estão os pacientes imunossuprimidos, idosos, portadores de diabetes, hipertensão arterial e/ou obesidade, além de afetar mais o sexo masculino e mulheres com excesso de pelos e calvície, devido a enzima TMPRSS2, que facilita entrada do SARS-CoV-2 nas células. O gene TMPRSS2 controla esta enzima e é regulado por androgênios, especificamente a Di-hidrotestosterona, promovendo aumento da enzima do TMPRSS2 sempre que estiver aumentada a secreção desse androgênio. 

A consequência direta do aumento da di-hidrotestosterona é facilitar a fusão direta do vírus, mediada pela enzima TMPRSS2, facilitadora da fusão do vírus com a membrana celular, e a entrada direta do vírus no citoplasma, sem passar pelo receptor da ACE2. Resultados promissores têm sido observados com reguladores de hormônios androgênicos.

O SARS-CoV-2 infecta as células epiteliais das vias aéreas superiores onde há maior concentração dos receptores da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), iniciando uma inflamação localizada, com ativação endotelial, dano tecidual e a liberação desordenada de citocinas Ao entrar em contato com a célula hospedeira, o vírus utiliza uma proteína chamada spike (S) para se ligar ECA2, diminuindo a expressão da ECA2 e consequentemente o metabolismo da angiotensina 2, iniciando a infecção; portanto, o ECA2 atua como a principal “porta” celular para o vírus alcançar o citoplasma e se multiplicar no interior da célula. O SARS-CoV-2, após cinco dias dos primeiros sintomas da infecção do paciente, já está em intensa multiplicação no organismo humano e, nesse período, o paciente já está infectando seus contactantes, o que pode ajudar a explicar a transmissibilidade eficaz da doença. De fato, a COVID-19 é uma doença altamente contagiosa, embora a sua taxa de mortalidade de ± 3.4% seja relativamente baixa, o que facilitou a ampla disseminação da doença a nível mundial.

Diagnóstico:

O diagnóstico definitivo do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). O diagnóstico laboratorial para identificação do vírus é realizado por meio da amplificação de ácidos nucleicos, sendo a reação em cadeia da polimerase, do inglês polymerase chain reaction (PCR), a principal delas. Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral (Ministério da Saúde, 2020).

Fases da doença:

A doença se divide em três fases:

  • Inicial:  um período de incubação associado a leve e frequentemente inespecífico quadro de sintomas, como mal-estar, febre e tosse seca. No decorrer desse período, o vírus se multiplica e estabelece residência no hospedeiro, principalmente com foco no sistema respiratório. 
  • Inflamatória: Neste período, há o estabelecimento da doença pulmonar com inflamação nesse órgão e multiplicação viral. Os pacientes desenvolvem pneumonia viral, com tosse, febre e possivelmente hipóxia. 
  • Sistêmica: Se manifesta como uma síndrome de hiperinflamação sistêmica extrapulmonar. Nessa fase, os marcadores de inflamação sistêmica estão elevados, com diminuição da célula T auxiliar, supressora e reguladora.

Tratamento:

O tratamento para COVID-19 ainda é alvo de muitos debates, mas no meu entendimento o tratamento precoce e imediato é a melhor chance de cura e não agravamento dos casos.

Faço uso de terapia combinada medicamentosa, com avaliação individual.

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